A agricultura vertical está no auge ou prestes a decair?

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22 de abril de 2025

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    A agricultura vertical tem se destacado como uma solução inovadora e promissora para a produção de alimentos em áreas urbanas.


    Essa abordagem busca solucionar problemas comuns da agricultura tradicional, como o uso limitado de espaço e a necessidade de produzir alimentos mais próximos aos centros urbanos, reduzindo a dependência de transporte e os custos associados. 

    

    Leia este artigo para saber mais sobre o conceito de agricultura vertical, por que ela é inovadora e conhecer exemplos de projetos com essa tecnologia no setor agrícola.

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    O conceito de agricultura vertical


    A agricultura vertical, também chamada de fazenda vertical, é uma técnica que consiste em várias camadas de produção de plantas sobrepostas em ambientes internos com condições de cultivo controladas, oferecendo uma alternativa sustentável para atender à crescente demanda por alimentos de forma eficiente e com menor impacto ambiental.


    Utilizar o espaço vertical para cultivo já ocorre desde aproximadamente o século VI a.C., com os Jardins Suspensos da Babilônia. No entanto, foi apenas no final do século XX e início do século XXI que foi possível aplicar essa prática de maneira eficaz e em larga escala com os avanços tecnológicos recentes. 


    O conceito moderno de agricultura vertical foi popularizado pelo Dr. Dickson Despommier, professor da Universidade de Columbia, em 1999. Sua ideia era criar fazendas urbanas de múltiplos andares, aproveitando espaços internos para atender às crescentes demandas alimentares da população mundial, que se estima passar dos 9,7 bilhões em 2050. 


    Assim, a Sky Greens inaugurou a primeira fazenda vertical comercial em Cingapura em 2009, mostrando o potencial dessa tecnologia ao otimizar o uso de recursos e espaço. Esse marco demonstrou como o modelo vertical poderia ser implementado em maior escala, oferecendo uma solução inovadora para os desafios da agricultura tradicional. 

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    Vantagens e desvantagens da agricultura vertical


    Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a agricultura é responsável por 70% da exploração global de água doce. Contudo, no modelo vertical, o consumo pode ser até 95% menor devido ao uso de sistemas hidropônicos ou aeropônicos. No primeiro, as raízes das plantas são imersas em uma solução rica em nutrientes, enquanto no segundo, são expostas ao ar e borrifadas com essa solução. 


    Além disso, a possibilidade de as fazendas verticais estarem localizadas próximas aos centros urbanos traz mais benefícios, como a redução das distâncias de transporte, diminuindo os impactos ambientais associados aos gases de efeito estufa, além de uma redução das perdas no trajeto até o mercado consumidor. Por se tratar de produtos delicados e facilmente perecíveis, em algumas hortaliças, por exemplo, as perdas podem chegar a até 50% durante o transporte. 


    Outro ponto benéfico é o controle climático dentro dos ambientes de agricultura vertical, com monitoramento constante de fatores como temperatura, intensidade da luz, nutrientes e volume de água. Toda essa regulação possibilita a produção durante o ano todo, independente de condições climáticas externas desfavoráveis. 


    Ou seja, é um formato sustentável por utilizar menos recursos hídricos, além de ocupar uma área menor. Entretanto, existem também as desvantagens desse processo, como um alto gasto energético por quilograma de produção, poluição luminosa devido às fontes de luz em constante funcionamento, além do alto custo de instalação e de manutenção dos sistemas de monitoramento. 

    De acordo com uma pesquisa da Universidade de Michigan, que incluiu 73 fazendas de agricultura urbana em cinco países, a pegada de carbono desse modelo é seis vezes maior do que a dos produtos colhidos nas fazendas tradicionais. 


    Ademais, várias startups de fazendas verticais enfrentaram dificuldades financeiras recentemente, devido ao custo elevado e à dificuldade de competir com a agricultura tradicional em preços. Segundo a Forbes, essa onda de falências levanta a necessidade de avanços tecnológicos para garantir a viabilidade financeira do modelo, ainda que ele tenha um grande potencial de transformar a maneira de produzir e fornecer os alimentos, especialmente em áreas urbanas densas.

    Exemplos de fazendas verticais


    A AeroFarms, uma das mais conhecidas fazendas verticais do mundo, iniciou suas operações em 2004 em Nova York, expandindo depois para Newark e Danville (EUA). A empresa utiliza tecnologias avançadas em IA associadas à biologia para enfrentar problemas do sistema alimentar global, promovendo o cultivo sem pesticidas em ambientes fechados e controlados. 


    Em 2021, com uma avaliação de mercado de US$ 1,2 bilhão, a AeroFrams encontrou dificuldades financeiras após aumentos nas taxas de juros e uma maior exigência de lucratividade dos investidores, resultando em sua recuperação judicial em 2023. Mesmo assim, a empresa continuou com operações em Danville, afirmando que seu método é 390 vezes mais produtivo que a agricultura tradicional, utilizando 95% menos água e 99% menos espaço. 


    No Brasil, o destaque está na Pink Farms de São Paulo, a maior fazenda vertical urbana da América Latina, operando desde 2017 com produção de hortaliças, ervas e microgreens – pequenas versões das plantas, conhecidas por seu sabor intenso e alto teor de nutrientes. A Pink Farms afirma economizar 95% de água e 60% de fertilizantes em comparação com as fazendas tradicionais, e que seu modelo reduz a emissão de poluentes pelo transporte, além de entregar em até 24 horas após a colheita. 


    Outro nome importante no setor foi a Upward Farms, que usava aquaponia para integrar o cultivo de plantas (hidroponia) com a criação de peixes (aquicultura). Fundada em 2013 com sede em Nova York, a empresa pretendia inaugurar uma das maiores fazendas verticais do mundo na Pensilvânia em 2023, entretanto, encerrou suas operações antes mesmo da nova unidade ficar pronta, devido à complexidade do modelo vertical e seus altos custos. Agora, seus esforços estão direcionados para pesquisas de microbioma, área que já integrava suas práticas agrícolas, visando contribuir para o aprimoramento da saúde do solo e potencial crescimento de plantas.

    Conclusão


    Ao contrário das práticas agrícolas convencionais que ocupam grandes extensões horizontais de terra, as fazendas verticais utilizam menos espaço físico, maximizando o aproveitamento de áreas urbanas e reduzindo o trajeto até os centros consumidores e seus impactos ambientais associados. 

    Mesmo que a agricultura vertical permita o cultivo durante todo o ano, sem depender das condições climáticas, a sustentabilidade econômica desse formato está em discussão, pois o setor ainda enfrenta obstáculos consideráveis para garantir a viabilidade financeira a longo prazo. 


    O conceito de agricultura vertical não é novo, mas inovações tecnológicas em sistemas de iluminação, irrigação e controle climático permitem que essa prática seja considerada uma alternativa viável e escalável. 


    💡 Quer saber mais sobre agricultura vertical? Confira as fontes consultadas para a elaboração deste artigo:


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