Captura de carbono pode ajudar a salvar o mundo?

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18 de abril de 2025

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    A captura de carbono vem ganhando atenção mundial como uma possível ferramenta para combater as mudanças climáticas e reduzir os níveis de gases de efeito estufa na atmosfera.


    Considerada uma tecnologia verde, ela auxilia na redução de CO₂, que pode ser reaproveitado em outros processos ou armazenado no subsolo.


    Entenda o funcionamento da captura de carbono, por que ela é considerada uma tecnologia verde e como essa solução está sendo aplicada no Brasil e no mundo.

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    O que é a captura de carbono


    A captura de carbono, também conhecida como captura e armazenamento de carbono (CCS - Carbon Capture and Storage, na sigla em inglês), é uma tecnologia que tem como objetivo diminuir as emissões de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera, um dos principais gases de efeito estufa. Sua emissão ocorre a partir da queima de combustíveis fósseis para geração de energia, transporte e produção de concreto, além de processos industriais no geral e do desmatamento.


    Por isso, a captura de carbono pode ser uma das maneiras de mitigar os efeitos da queima de combustíveis fósseis. Por exemplo, a produção de uma tonelada de concreto libera cerca de 600 kg de CO², o que corresponde a 8% das emissões globais. Já a aviação equivale a 2,5% pela queima de querosene, e cada navio cargueiro pode consumir até 400 toneladas de combustível fóssil por dia, somando 3% de todo o CO² emitido no mundo. 


    Dessa forma, a CCS colabora para diminuir a pegada de carbono e preservar o meio ambiente, o que a enquadra como uma tecnologia verde, pois esse tipo de tecnologia sustentável visa a minimizar os impactos ambientais negativos no planeta. Assim, para que Acordo de Paris (cujo objetivo é atingir a neutralidade de carbono até 2050) seja cumprido, a captura de carbono torna-se uma aliada.

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    Como funciona a captura de carbono


    Além da diminuição das emissões, em algumas aplicações o CO₂ capturado pode ser utilizado como matéria-prima em processos industriais, como a produção de cimento e a fabricação de produtos químicos, o que favorece um ciclo produtivo com mais aproveitamento de recursos. 


    O processo envolve três etapas principais:


    • Captura: o CO₂ é capturado a partir de sistemas de coleta em usinas de combustíveis fósseis ou biomassa, indústrias, refinarias ou diretamente do ar. 
    • Transporte: após ser capturado, o CO₂ precisa ser transportado para o local de armazenamento ou uso. Geralmente, o transporte é feito por meio de dutos, que são mais eficientes para longas distâncias, mas também pode ser feito por navios. 
    • Armazenamento: o CO₂ é injetado em formações geológicas subterrâneas, como reservas salinas ou campos de petróleo e gás ativos ou inativos. Outra opção é ser reutilizado em outros processos como matéria-prima.


    O método de injeção de CO₂ em poços de petróleo ainda ativos é conhecido como Recuperação Avançada de Petróleo (EOR - Enhanced Oil Recovery), que utiliza esse processo de injeção para aumentar a vida útil dos reservatórios fósseis ao mesmo tempo em que armazena o CO₂ nos campos de petróleo exauridos. Segundo o Instituto para a Economia de Energia e Análise Financeira (IEEFA), mais de 70% do carbono capturado é usado para esse fim. 

    Captura de carbono para combater as mudanças climáticas: solução ou ilusão?


    No Brasil, a Petrobras tem o maior projeto de captura e injeção de CO₂ em operação no mundo. Entretanto, apesar de já ter enterrado 40 milhões de toneladas do gás no pré-sal ao longo dos seus quase 10 anos de funcionamento, ambientalistas sugerem que essa tecnologia é utilizada apenas para extrair ainda mais combustíveis fósseis, o que só aumenta o impacto ambiental.


    Dessa forma, outras tecnologias verdes como as energias renováveis se mostram muito mais eficientes no combate à poluição. Assim, a tecnologia de captura e armazenamento de carbono torna-se muito mais propícia para combater a poluição persistente de navios, aviões e caminhões, que não pode ser facilmente removida pela mudança para uma matriz energética mais limpa. 


    Apesar disso, ainda não seria suficiente, pois mesmo a maior usina de captura de CO₂ do mundo, inaugurada no início de 2024 na Islândia, não chega a capturar 1% das emissões do país, ainda que se trate de um dos menores países do mundo, com uma população que não chega aos 400 mil habitantes.


    Ademais, um relatório recente da Agência Internacional de Energia (IEA) estima que seria necessário capturar em torno de 32 bilhões de toneladas de CO₂ de acordo com o consumo atual. Porém, apenas 45 milhões de toneladas são capturadas mundialmente por ano.


    Segundo especialistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), estamos a, pelo menos, quinze anos da captura de carbono chegar à escala necessária para que tenha o efeito esperado. Dessa maneira, ainda que possa ser uma tecnologia aliada na redução das emissões, não pode ser considerada uma alternativa para uma diminuição rápida e em larga-escala dos impactos.

    O Brasil no panorama mundial da captura de carbono


    No Brasil, a captura e armazenamento de carbono ainda está em uma fase inicial, embora haja grande potencial para o seu desenvolvimento. No geral, o país se encontra na fase de identificação e seleção de áreas de interesse para implementação de sistemas de captura de carbono.


    Essa tarefa é bastante complexa devido à dificuldade de obtenção de informações detalhadas sobre reservatórios salinos em todo o território para armazenamento do CO₂. Entretanto, pesquisas apontam as bacias de Amazonas, Campos, Paraná, Parnaíba, Santos e São Francisco como maiores candidatas.


    Já para os projetos de captura, as regiões Centro-Sul e Centro-Oeste são as principais candidatas devido ao CO₂ proveniente da biomassa, uma vez que são as responsáveis pela maior parte da produção do etanol brasileiro.


    Do mesmo modo, é necessário saber onde estão localizadas as principais fontes estacionárias de CO₂ dos setores de energia e processos industriais, além da disponibilidade das infraestruturas para transporte dos pontos de captura até os locais de armazenamento ou utilização.


    Conclusão


    A captura de carbono consiste nos processos de captura de CO₂, transporte e armazenamento ou reutilização. Assim, por contribuir para a diminuição da pegada de carbono e efeito estufa, é considerada um tipo de tecnologia verde.


    Entretanto, como o CO₂ capturado pode ser utilizado para injeção em poços de petróleo para aumentar sua vida útil, especialistas não consideram a tecnologia de captura como um processo tão vantajoso assim devido ao seu ônus.


    Portanto, os sistemas de captura de carbono ainda têm um longo caminho de desenvolvimento pela frente, pelo fato de ainda não exercerem um papel de destaque na redução de emissões de gases poluentes.


    💡Quer saber mais sobre captura de carbono? Confira as fontes consultadas para a elaboração deste artigo:


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