Carreira internacional: como conquistar oportunidades como desenvolvedor

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Olivia Baldissera • 4 de setembro de 2025

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    Transcender fronteiras geográficas para construir uma carreira internacional é o objetivo de muitos profissionais de tecnologia.

    A 2ª edição da Semana da Tecnologia: Transformação de Mercado, evento online organizado pela Pós PUC-Rio Digital entre os dias 26 e 28 de agosto de 2025, abordou justamente esse tema, com a palestra “Como Conquistar Oportunidades Internacionais como Desenvolvedor”.

    Quem falou sobre o assunto foi o professor, pesquisador e engenheiro de software Otávio Lemos. Confira os insights valiosos que ele compartilhou durante o evento a seguir.

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    Exemplo de carreira internacional

    Otávio Lemos começou sua fala contando sua trajetória profissional. Sua carreira acadêmica, que incluiu mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado na Universidade da Califórnia, forneceu uma base robusta em pesquisa e desenvolvimento.

    No entanto, ele sentiu a necessidade de se aproximar do mercado, o que o levou a transitar da academia para a indústria, atuando como engenheiro de software sênior em empresas como Trio, Varsity Tutors e, mais recentemente, Wander.

    Essa transição foi impulsionada, em parte, pela atratividade das oportunidades internacionais. Lemos ressaltou que trabalhar para empresas estrangeiras oferece vantagens financeiras significativas, com ganhos em dólar ou euro que, mesmo que ligeiramente abaixo do mercado local, representam um diferencial substancial em comparação com os salários praticados no Brasil.

    Essa disparidade salarial é um dos principais motivadores para desenvolvedores buscarem uma carreira internacional.

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    É preciso aprendizado contínuo para conquistar uma carreira internacional

    Para quem almeja uma carreira internacional como desenvolvedor, o domínio de habilidades técnicas é um pré-requisito inegociável.

    Otávio Lemos enfatizou a importância de construir uma base sólida em fundamentos de programação, algoritmos e estrutura de dados. Ele argumentou que, embora as tecnologias mudem rapidamente, os princípios subjacentes permanecem, permitindo que o profissional se adapte e navegue entre diferentes stacks tecnológicas.

    A capacidade de aprender e aplicar novas linguagens e frameworks é importantíssima, e Lemos exemplificou isso com sua própria experiência, ao transicionar para Ruby on Rails sem conhecimento prévio e rapidamente se tornar um colaborador efetivo.

    Lemos também destacou a relevância de plataformas de desafios de programação, como LeetCode e HackerRank, para aprimorar as habilidades de codificação.

    Embora esses desafios nem sempre reflitam o trabalho diário de um desenvolvedor, eles são uma parte comum dos processos seletivos em empresas internacionais, especialmente em grandes corporações de tecnologia. Portanto, a prática constante nessas plataformas é fundamental para o sucesso nas entrevistas técnicas.

    Outro ponto abordado foi o impacto das Large Language Models (LLMs) no desenvolvimento de software. Lemos reconheceu que as LLMs podem auxiliar significativamente no trabalho, mas ressaltou que a capacidade de as utilizar eficazmente depende de um profundo conhecimento dos fundamentos.

    Em outras palavras, para guiar uma LLM a produzir um bom código, é preciso saber como o código seria escrito manualmente.

    Para uma carreira internacional, a adaptabilidade e a capacidade de resolver problemas complexos são mais valorizadas do que a proficiência em uma única tecnologia.

    A comunicação como chave de acesso a uma carreira internacional

    Uma das barreiras mais evidentes para quem busca uma carreira internacional é o idioma. O palestrante foi enfático: saber inglês é fundamental.

    No entanto, ele desmistificou a ideia de que é preciso ter um inglês perfeito para começar. Lemos encorajou os profissionais a "dar as caras", ou seja, a tentar entrevistas em inglês mesmo com um nível básico, pois a prática leva ao aprimoramento.

    Para aprimorar o inglês, Lemos sugeriu a imersão como método principal. Consumir conteúdo em inglês (como músicas, podcasts, filmes e séries com legendas e, posteriormente, sem elas) e praticar a conversação com falantes nativos são estratégias eficazes para desenvolver a compreensão e a fala o idioma.

    Além do inglês, a comunicação em geral é apontada como um pilar para o sucesso profissional, especialmente em uma carreira internacional.

    Para aprimorar essa habilidade, Lemos recomendou a leitura constante, tanto de textos técnicos quanto de literatura, pois isso expande o vocabulário e o repertório, tornando o profissional mais articulado e, consequentemente, um pensador mais claro.

    Processos seletivos para carreira internacional

    O processo de seleção para uma carreira internacional pode ser rigoroso, mas segue um padrão que, uma vez compreendido, pode ser estrategicamente abordado. Otávio Lemos detalhou as etapas comuns, que geralmente começam com a aplicação para a vaga e a revisão do currículo.

    É essencial que o currículo seja bem elaborado e, hoje em dia, otimizado para sistemas de IA que fazem a primeira triagem. Lemos sugeriu o uso de LLMs para adaptar o currículo à descrição da vaga, aumentando as chances de ser notado pelos recrutadores.

    A fase seguinte é, em geral, uma conversa com o recrutador. Esta não é uma etapa técnica, mas uma oportunidade para o candidato "vender" sua história profissional. É importante ter uma narrativa bem ensaiada sobre a trajetória da carreira, destacando experiências e qualidades de forma concisa e convincente.

    As entrevistas técnicas são o cerne da avaliação para desenvolvedores. Há dois tipos principais:

    • Live Coding: o candidato resolve um problema de programação em tempo real, muitas vezes acompanhado por um engenheiro da empresa. Plataformas como LeetCode e HackerRank ajudam no preparo para esses desafios, que exigem forte conhecimento em algoritmos e estrutura de dados.
    • System Design Interview: avalia a capacidade do candidato de projetar soluções de alto nível para problemas complexos, considerando aspectos como banco de dados, arquitetura de sistemas (frontend/backend), comunicação assíncrona, entre outros.

    Além das habilidades técnicas, as entrevistas comportamentais, ou "culture fit", são cruciais. Nelas, são feitas perguntas sobre como o candidato lidaria com situações desafiadoras, como discordar de um gerente ou resolver problemas complexos.

    Uma carreira internacional também exige soft skills

    Além das competências técnicas e do domínio do inglês, Otávio Lemos reiterou a importância das soft skills, as habilidades socioemocionais, em especial a constância e a resiliência, para quem busca uma carreira internacional.

    Ele argumentou que o sucesso na vida e na carreira está intrinsecamente ligado à capacidade de perseverar diante das dificuldades e de manter o foco nos objetivos de longo prazo.

    Em uma carreira internacional, as soft skills são particularmente relevantes devido aos desafios culturais, de adaptação e de comunicação.

    Cenário atual do mercado de tecnologia para carreiras internacionais

    Otávio Lemos também abordou o cenário atual do mercado de tecnologia, que tem passado por um período de esfriamento.

    Para ele, esse esfriamento não se deve à pandemia, mas ao aumento das taxas de juros nos Estados Unidos.

    Durante a pandemia, com juros baixos, houve um boom de investimentos em startups e, consequentemente, um grande número de vagas. Com o aumento dos juros, investidores tornaram-se mais conservadores, preferindo investimentos de menor risco, o que impacta diretamente o fluxo de capital para startups e, por sua vez, a oferta de vagas no setor de tecnologia.

    Outro fator relevante é o impacto das LLMs na área. Embora ainda seja incerto o futuro da engenharia de software com o avanço da IA, Lemos acredita que a demanda por profissionais continuará existindo, embora a natureza do trabalho possa evoluir.

    Ele ressaltou a importância de se manter atualizado com as tecnologias mais utilizadas no mercado, como Python, JavaScript, TypeScript e Java, que continuam em alta.

    Mesmo com um cenário de mercado mais desafiador, Lemos reforçou que as oportunidades para uma carreira internacional ainda existem para profissionais qualificados e resilientes.

    A capacidade de adaptação, o aprendizado contínuo e o desenvolvimento de habilidades técnicas e interpessoais são os pilares para navegar com sucesso neste ambiente em constante transformação.

    Perguntas frequentes sobre carreira internacional de desenvolvedor

    Quais são as principais vantagens de uma carreira internacional?

    Os benefícios incluem: 

    • Remuneração em moedas fortes (dólar/euro). 
    • Experiência multicultural e ampliação de networking. 
    • Acesso a projetos de alta complexidade e inovação. 
    • Possibilidade de crescimento acelerado em ambientes globais.
    Qual o melhor país para trabalhar como desenvolvedor?

     Não existe uma única resposta para esta pergunta. Depende do que você prioriza: 

    • Maior salário bruto: a Suíça costuma liderar. A mediana de remuneração anual é de 120 mil francos suíços (cerca de R$ 815,5 mil em 2025).  
    • Equilíbrio vida-trabalho e benefícios sociais: Dinamarca, Suécia, Holanda, Alemanha e Austrália aparecem entre os destinos com melhores políticas públicas e proteção social. 

    Cruze salário com custo de vida, regime de visto/relocação e idioma no dia a dia. 

    Quanto ganha um desenvolvedor de software na Europa?

    Varia muito por país e senioridade, mas alguns balizadores recentes:

    • Suíça: mediana de 120 mil francos suíços por ano (cerca de R$ 815,5 mil em 2025). 
    • Alemanha: entre 62 mil e 88 mil euros por ano (R$ 395 mil a R$ 560 mil em 2025). 
    • Holanda: mediana de 89 mil euros por ano (R$ 567 mil em 2025). 

    A Europa Ocidental paga mais que a Oriental, com a Suíça no topo, seguida por países como Reino Unido, Alemanha, Holanda e países nórdicos. 

    Quanto ganha, em média, um desenvolvedor fora do Brasil?

    Globalmente, a maioria dos desenvolvedores reportou, em 2024, remuneração anual concentrada entre 60 mil e 75 mil dólares (R$ 326 mil e R$ 408 mil, respectivamente), com variações grandes por país, stack e experiência. 

    Quais habilidades técnicas são mais valorizadas para uma carreira internacional?

    Fundamentos sólidos de programação, algoritmos e estruturas de dados são essenciais. Além disso, domínio de linguagens populares como Python, JavaScript, TypeScript e Java e prática em desafios de plataformas como LeetCode e HackerRank são altamente recomendados.

    Preciso ter inglês fluente para conquistar uma carreira internacional?

    Não é necessário começar com inglês perfeito. O fundamental é ter o suficiente para se comunicar em entrevistas e no trabalho. A prática constante — consumindo conteúdo em inglês e treinando conversação — acelera a fluência. 

    Como funcionam os processos seletivos para uma carreira internacional?

    Eles geralmente incluem: 

    • Triagem do currículo (muitas vezes feita por sistemas de IA). 
    • Entrevista com recrutador (apresentar trajetória de forma clara). 
    • Entrevistas técnicas, como live coding e system design. 
    • Entrevistas comportamentais, focadas em "culture fit" e soft skills. 
    Quais soft skills são mais importantes para uma carreira internacional?

    Constância, resiliência, adaptabilidade e boa comunicação. Essas competências ajudam a lidar com diferenças culturais, desafios de adaptação e pressão em ambientes globais.

    Como as mudanças no mercado de tecnologia afetam a carreira internacional?

    Mesmo com um cenário mais competitivo devido ao esfriamento de investimentos em startups e ao avanço da inteligência artificial, as oportunidades ainda existem. Profissionais atualizados, resilientes e com foco em aprendizado contínuo permanecem altamente demandados. 

    O impacto das LLMs (Large Language Models) ameaça a carreira internacional em tecnologia?

    Segundo Otávio Lemos, não. A tendência é que elas transformem a natureza do trabalho, mas não eliminem a necessidade de desenvolvedores. Profissionais que souberem integrar LLMs ao seu trabalho estarão à frente dos que as ignorarem. 

    Como começar a construir uma carreira internacional ainda no Brasil?
    • Montar um currículo em inglês adaptado para cada vaga. 
    • Praticar entrevistas técnicas e comportamentais. 
    • Investir em inglês e comunicação. 
    • Explorar oportunidades remotas como porta de entrada. 
    • Participar de comunidades globais de desenvolvedores. 

    *Este conteúdo foi elaborado com o apoio de IA 

    Por Olivia Baldissera

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