Entre cores, sons e palavras: como a arte e a cultura impactam na saúde mental

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Tassiane Valin • 9 de outubro de 2025

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    A arte acompanha a humanidade desde os tempos mais remotos. Já nas pinturas rupestres, ela surgia como forma de expressão e, ao longo da história, evoluiu junto com as sociedades, tornando-se parte essencial da vida em diferentes dimensões.

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que as artes são recursos valiosos para compreender e expressar conceitos e emoções, mobilizando os sentidos e estimulando a empatia. E, devido a isso, apresenta efeitos particularmente positivos sobre a saúde mental.

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    Os benefícios da cultura para a saúde mental

    A relação entre arte e saúde mental tem ganhado cada vez mais reconhecimento na área da saúde, mostrando que práticas culturais são ferramentas potentes de cuidado e promoção do bem-estar.

    A arte, em suas diferentes manifestações, permite que os indivíduos elaborem experiências, expressem emoções e fortaleçam vínculos sociais, tornando-se um recurso valioso ao longo de toda a vida.

    Um relatório do escritório europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em 2019, analisou mais de 3 mil estudos e concluiu que a arte tem impacto significativo na prevenção de problemas de saúde, na promoção do bem-estar e no tratamento de doenças. Intervenções que envolveram canto, dança, percussão em grupo, fotografia, magia e visitas a instituições culturais mostraram melhorias na vitalidade, resiliência, propósito e qualidade de vida.

    Segundo a OMS, atividades como ouvir música, praticar artes plásticas ou frequentar espaços culturais ajudam a controlar o estresse e reduzir a ansiedade. Além disso, podem diminuir o risco de transtornos como a depressão em diferentes fases da vida. Crianças e adolescentes que participam de atividades artísticas apresentam maior bem-estar, socialização e resiliência, enquanto adultos e idosos encontram na arte um recurso de fortalecimento emocional e integração social.

    Os efeitos positivos da arte na saúde mental são amplos e se manifestam de diversas formas. Produzir ou apreciar obras artísticas possibilita a expressão de sentimentos complexos, funcionando como um canal seguro de liberação e compreensão das emoções. Também favorece a reflexão sobre valores e experiências, ampliando o processo de autoconhecimento e revelando aspectos inconscientes da subjetividade.

    Além disso, a prática artística auxilia na redução do estresse, promove relaxamento, fortalece a resiliência diante de adversidades e aprimora a comunicação não verbal, especialmente útil para pessoas com dificuldades de expressão oral.

    Outro benefício importante está no senso de realização e autoestima ao concluir uma criação, bem como na catarse, que proporciona alívio emocional profundo. A participação em atividades coletivas ainda estimula a conexão social e o sentimento de pertencimento, enquanto a contemplação da arte pode inspirar novas perspectivas e gerar esperança em momentos de adversidade.

    Dessa forma, a arte ultrapassa sua dimensão estética e cultural, assumindo um papel terapêutico e transformador. Integrar práticas artísticas ao cuidado em saúde amplia a capacidade de enfrentar desafios, ressignificar experiências e construir resiliência, consolidando a arte como uma aliada essencial na promoção da saúde mental.

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    A cultura como recurso de proteção e prevenção em saúde mental

    A arte desempenha um papel relevante no tratamento de saúde mental, integrando abordagens terapêuticas que auxiliam na expressão e compreensão das emoções.

    Historicamente, a relação entre arte e cuidado clínico remonta ao século XII, em hospitais do mundo árabe, onde música, contos e danças eram usados como estratégias terapêuticas. No século XX, Nise da Silveira, no Rio de Janeiro, reforçou a integração entre arte, clínica e saúde mental, evidenciando seu valor na prática terapêutica.

    A terapia de arte expressiva utiliza a criação artística como forma de comunicação não verbal, permitindo explorar sentimentos e pensamentos de maneira segura.

    De modo semelhante, a arteterapia envolve a orientação de um terapeuta para conduzir projetos específicos que abordam questões emocionais e psicológicas. Práticas como o diário de arte, que incluem desenhos, pinturas ou escritos sobre experiências e emoções, promovem autorreflexão e autoconhecimento. Grupos de arte-terapêutica fortalecem vínculos sociais, criando apoio e inspiração entre os participantes. A terapia de movimento e dança permite a exploração consciente das emoções pelo corpo, promovendo bem-estar físico e mental.

    Do ponto de vista prático, a promoção da saúde por meio da arte contribui para uma abordagem integral do ser humano, incentivando reorientações nos serviços de saúde e projetos comunitários voltados à equidade e ao bem-estar.

    A arte potencializa a vivência das emoções, mobilizando sentimentos como medo, dor e inquietações, e promovendo transformações na relação do indivíduo consigo mesmo e com o ambiente.

    Atividades como pintura, escultura, música, dança, desenho e teatro auxiliam na expressão de emoções difíceis, fortalecem a autoestima e a autoconsciência, e contribuem para a redução de sintomas associados a ansiedade e depressão.

    Ao oferecer caminhos de expressão e significado, a arte se revela uma aliada no cuidado emocional, promovendo bem-estar, qualidade de vida e complementando tratamentos convencionais.

    Iniciativas que integram cultura e cuidado em saúde mental

    Iniciativas que integram cultura e cuidado em saúde mental têm se mostrado fundamentais para a reabilitação e o bem-estar de pessoas com transtornos mentais.

    Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), por exemplo, oferecem diversas oficinas terapêuticas como parte do tratamento, proporcionando espaços coletivos orientados por profissionais, monitores ou estagiários. Essas oficinas têm como objetivos favorecer a expressão de sentimentos, desenvolver habilidades corporais e cognitivas, promover a integração social e familiar, e estimular o exercício da cidadania.

    Entre as modalidades estão as oficinas expressivas, que envolvem atividades de expressão plástica, como pintura e argila; expressão corporal, como dança e técnicas teatrais; expressão verbal, incluindo poesia, contos e escrita de textos; expressão musical; fotografia e teatro.

    A arte, nessas práticas, atua como mediadora da comunicação, facilitando o diálogo entre paciente e profissional, e permitindo a vivência e externalização de emoções muitas vezes difíceis de verbalizar.

    Além de favorecer a reabilitação psicossocial, a arte nos CAPS permite que os usuários se tornem agentes de produção de subjetividade, experimentando novas formas de perceber e interagir com o mundo.

    Esse processo contribui para o fortalecimento da autonomia e a ampliação da capacidade de estabelecer trocas com a comunidade, integrando cultura, cuidado e cidadania de maneira transformadora.

    Perguntas frequentes sobre cultura e saúde mental

    Qual a relação entre cultura e saúde mental?

    A cultura, por meio da arte e das práticas simbólicas, tem papel fundamental na promoção da saúde mental. Ela oferece caminhos de expressão, reflexão e pertencimento que ajudam as pessoas a compreender e lidar com suas emoções.

    Como a arte contribui para a saúde mental?

    A arte permite a expressão de sentimentos complexos, promove relaxamento, reduz o estresse e fortalece vínculos sociais. Ela também ajuda no autoconhecimento e na elaboração de experiências emocionais de forma segura e criativa.

    Quais são os benefícios da cultura para a saúde mental?

    Segundo a OMS, práticas culturais como ouvir música, pintar, dançar ou frequentar espaços culturais podem reduzir a ansiedade e o risco de depressão, além de aumentar a autoestima, a resiliência e o senso de propósito.

    Por que a arte é considerada terapêutica?

    A arte atua como mediadora emocional, permitindo que pensamentos e sentimentos sejam expressos sem necessidade de palavras. Isso facilita o alívio de tensões e a compreensão de experiências dolorosas, promovendo equilíbrio e bem-estar.

    Como a cultura pode prevenir transtornos mentais?

    A participação em atividades culturais fortalece os laços sociais e aumenta a resiliência emocional, fatores que ajudam a prevenir quadros de ansiedade, depressão e isolamento.

    Como a arte ajuda no tratamento de transtornos mentais?

    Atividades artísticas são usadas em terapias expressivas e arteterapias para auxiliar pacientes na regulação emocional, no desenvolvimento da autoestima e na integração social, complementando tratamentos clínicos e psicológicos.

    O que é arteterapia e como ela funciona?

     A arteterapia é uma abordagem terapêutica que utiliza técnicas de criação artística (como pintura, escultura ou colagem) para ajudar o indivíduo a expressar emoções, compreender padrões de comportamento e promover o autoconhecimento.

    Como as políticas culturais podem contribuir para a saúde mental?

    Políticas que incentivam o acesso à arte e à cultura contribuem para o bem-estar coletivo, ampliam o acesso a experiências simbólicas e fortalecem a saúde mental como um direito social.

    💡 Quer saber mais sobre a relação entre arte, cultura e saúde mental? Confira as fontes consultadas para este artigo:

    Por Tassiane Valin

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