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Uma categoria que vem apresentando altos números de profissionais com Burnout é a Tecnologia da Informação (TI). O avanço tecnológico acelerado e a crescente dependência das organizações da área trouxeram novas oportunidades, mas também desafios intensos para os profissionais do setor.
A rotina de trabalho dos especialistas em TI, especialmente os que atuam em cibersegurança e desenvolvimento de software, é marcada por altas demandas, prazos curtos e responsabilidades críticas, fatores que contribuem diretamente para o surgimento da Síndrome de Burnout.
A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio emocional caracterizado por exaustão extrema, estresse crônico e esgotamento físico e mental, decorrentes de condições de trabalho desgastantes. Surge especialmente em profissões que exigem alta responsabilidade, pressão constante e longas jornadas e intensa demanda. O termo “burnout”, de origem inglesa, pode ser traduzido como “queimar até o fim”, ilustrando o sentimento de estar consumido pelo trabalho.
A principal causa da síndrome é o excesso de trabalho aliado à dificuldade de lidar com metas desafiadoras e situações em que o indivíduo sente não ter recursos ou capacidades suficientes para atingir os objetivos propostos.
Além disso, trabalhar demais, não se identificar com as tarefas que precisa realizar, ter pouca autonomia, lidar com injustiças e não compartilhar os mesmos valores da empresa estão entre os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da síndrome. Esse esgotamento prolongado pode levar a quadros depressivos graves e à necessidade de afastamento profissional.
Os sintomas envolvem manifestações físicas, emocionais e comportamentais, como:
Muitas vezes, os sinais iniciais são confundidos com um simples cansaço, o que adia a busca por ajuda adequada. No entanto, sem intervenção, o quadro tende a se agravar, comprometendo a saúde, as relações interpessoais e o desempenho no trabalho.
Estudos destacam que o burnout não afeta apenas o indivíduo, mas também a organização e a sociedade. O absenteísmo, a queda na produtividade e o aumento de custos com licenças médicas e reposição de pessoal são consequências diretas.
Reconhecida como transtorno relacionado ao trabalho pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10), sob o código Z73.0, a Síndrome de Burnout representa um importante desafio contemporâneo, exigindo atenção das instituições e políticas voltadas ao bem-estar e à saúde mental no ambiente laboral.
Os profissionais de TI vivem sob constante pressão. Precisam garantir o funcionamento de sistemas essenciais, proteger dados sensíveis e responder rapidamente a falhas ou incidentes, muitas vezes fora do horário comercial.
Essa exigência de disponibilidade contínua, aliada à cultura da hiperconectividade, gera sobrecarga e impede que o trabalhador se desconecte do ambiente profissional.
Durante a pandemia da COVID-19, esse cenário se agravou. O trabalho remoto, apesar de ter trazido flexibilidade, aumentou as horas de dedicação e dificultou a separação entre vida pessoal e profissional.
Estudos recentes revelam que 42,5% dos profissionais de TI apresentam Burnout completo, e outros 38,1% relatam sintomas evidentes de esgotamento. As causas mais citadas incluem:
Além disso, há o agravante da constante necessidade de atualização técnica, uma vez que o setor exige aprendizagem contínua para acompanhar as inovações. Essa busca incessante por qualificação, somada ao medo de ficar obsoleto, amplia ainda mais os níveis de estresse.
Outro fator importante é a carência de políticas organizacionais voltadas à saúde mental. Muitos profissionais relatam ambientes de trabalho tóxicos, lideranças despreparadas e ausência de espaços seguros para dialogar sobre sofrimento psíquico. Essa falta de suporte institucional leva ao isolamento e à perpetuação do problema. Em contextos de alta cobrança, o sentimento de incompetência ou fracasso é frequente, impactando a autoestima e a motivação.
O Burnout entre profissionais de TI não é apenas um problema individual, mas um sintoma de um modelo de trabalho que valoriza a produtividade em detrimento do bem-estar. É necessário que as empresas reconheçam a gravidade do quadro e implementem ações preventivas, como horários flexíveis, programas de apoio psicológico e uma cultura organizacional que promova o equilíbrio entre desempenho e saúde.
Cuidar da saúde mental dos profissionais de TI é garantir a sustentabilidade do setor que sustenta o mundo digital.
Quando os sinais de esgotamento começam a aparecer é fundamental procurar ajuda o quanto antes. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar o agravamento dos sintomas e recuperar o equilíbrio emocional e físico.
O diagnóstico da Síndrome de Burnout deve ser realizado por um profissional de saúde mental, como psicólogo ou psiquiatra, que avaliará os sintomas e poderá utilizar instrumentos específicos, como o teste Maslach Burnout Inventory (MBI).
Esses especialistas também têm o papel de orientar o tratamento mais adequado, que geralmente envolve psicoterapia e, em alguns casos, o uso de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos.
No Brasil, os profissionais de TI podem buscar atendimento gratuito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) oferece acolhimento integral, desde a escuta inicial até o acompanhamento especializado. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são espaços de referência nesse processo, contando com equipes multiprofissionais preparadas para lidar com casos de esgotamento e sofrimento psíquico.
Em situações de crise, o atendimento pode ocorrer nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou em pronto-socorros especializados em psiquiatria.
Além da terapia, há diversas medidas complementares que contribuem de forma significativa para o bem-estar de quem enfrenta o Burnout:
Outra estratégia importante é investir no lazer e nas relações interpessoais. Participar de atividades prazerosas, como passeios, encontros com amigos, hobbies ou viagens curtas, ajuda a reconectar o indivíduo com aspectos positivos da vida. Construir uma rede de apoio com familiares, colegas e pessoas de confiança também fortalece o enfrentamento do estresse.
Em casos mais severos, quando o esgotamento compromete o desempenho profissional e a capacidade de trabalho, o indivíduo pode recorrer ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para solicitar o afastamento laboral. O benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) pode ser concedido mediante avaliação médica pericial, garantindo o tempo necessário para o tratamento e recuperação da saúde mental.
Reconhecer os próprios limites, buscar ajuda especializada e valorizar o autocuidado são atitudes fundamentais para preservar a saúde mental e garantir uma trajetória profissional mais equilibrada e sustentável.
A saúde mental dos profissionais de TI é afetada por longas jornadas, alta pressão por resultados, acúmulo de tarefas, falta de reconhecimento e dificuldade em desconectar-se do trabalho.
Porque atuam em ambientes de alta demanda e constante urgência, lidando com prazos curtos, incidentes críticos e necessidade de atualização contínua, o que eleva o estresse e o risco de esgotamento.
Cansaço extremo, insônia, irritabilidade, queda de produtividade, isolamento, falta de motivação e sensação de fracasso são sinais comuns de Burnout na área de tecnologia.
O home office trouxe flexibilidade, mas aumentou as horas de trabalho e dificultou a separação entre vida pessoal e profissional, ampliando a sobrecarga emocional.
Implementar políticas de bem-estar, horários flexíveis, programas de apoio psicológico e uma cultura organizacional que valorize o equilíbrio entre desempenho e descanso.
A hiperconectividade impede a desconexão total do trabalho, fazendo com que o profissional esteja sempre “de plantão”, o que acelera o esgotamento mental e físico.
Os primeiros sinais incluem cansaço persistente, falta de concentração, insônia, irritação frequente e perda de interesse pelas atividades cotidianas.
Eles podem procurar psicólogos ou psiquiatras, além de serviços públicos como CAPS e RAPS do SUS, que oferecem acolhimento e tratamento especializado.
Atividades físicas, pausas regulares, lazer, sono adequado, alimentação equilibrada e o cultivo de relações sociais fortalecem o bem-estar emocional.
Porque o bem-estar emocional reduz o absenteísmo, melhora a produtividade e fortalece a retenção de talentos. Esses são fatores essenciais para a sustentabilidade do setor de tecnologia.
💡Quer saber mais sobre o estado da saúde mental dos profissionais de TI? Confira as fontes consultadas para este artigo:
Por Tassiane Valin
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